Depois de abaixo-assinado de militares da reserva da aeronáutica pedir a retirada da novela Amor & Revolução do ar, o autor da trama, Tiago Santiago, conversou com Contigo! Online e disse que “a tentativa de censura à novela é inconstitucional”. Segundo ele, que tem o projeto há mais de 15 anos e só agora conseguiu colocar em prática pelo SBT, nem mesmo sabia quem ganharia as eleições. No documento, mobilizado por José Luiz Dalla Vecchia, é dito que o Governo Federal estaria “participando do acordo em exibir a novela” como forma de “saneamento do Banco Panamericano”, de Silvio Santos. “Nem sabia do caso do banco. Quando soube, já tinha sinopse pronta e vários capítulos escritos. Quando comecei a novela, não sabia ainda quem ia ser eleito, se a Dilma ou o Serra”, contou.
Para Tiago Santiago, que tem como tema principal de sua trama os tempos da Ditadura Militar, ele tem tentado ser neutro enquanto escreve o folhetim. “Tenho procurado ser o mais imparcial possível, reproduzindo até o discurso da direita golpista, da linha-dura, dos radicais anti-comunistas. Jarbas Passarinho e Major Sebastião Curió tiveram depoimentos veiculados já na primeira semana da novela. Tenho mostrado as Forças Armadas como algo muito plural, em que houve gente como o coronel Alfeu, da Base Aérea de Canoas, que morreu assassinado por ser legalista. Na novela, tenho o Coronel Demóstenes, que simboliza os oficiais legalistas, e o próprio José Guerra, protagonista da novela, é um major democrata. Isso torna obviamente pífia e esdrúxula qualquer afirmação no sentido de que eu estaria demonizando a categoria dos militares, como um todo.”
“A tentativa de tirar a novela do ar apenas interessa a quem cometeu crimes de tortura e execução de prisioneiros, crimes de lesa-humanidade, imprescritíveis, proibidos pelas leis internacionais, pelas Convenções de Genebra, que o Brasil assinou”, completou.
Informações: Contigo Online
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